Os bastidores da exoneração de Bento Albuquerque do Ministério de Minas e Energia
Agora ex-ministro de Minas e Energia, o almirante foi surpreendido com a decisão do presidente Jair Bolsonaro
11/05/2022

Valor Econômico - Agora ex-ministro, o almirante Bento Albuquerque foi surpreendido com a decisão do presidente Jair Bolsonaro de exonerá-lo do comando do Ministério de Minas e Energia nesta quarta-feira, em semana de novo aumento do preço do diesel feito pela Petrobras. A decisão do presidente também pegou desavisados todos os secretários e assessores diretos do ministro, que classificaram a decisão do chefe do Poder Executivo, num primeiro momento, como “intempestiva”.

Até ontem, Albuquerque mantinha normalmente a sua agenda de compromissos oficiais e cuidava dos preparativos para a viagem, na próxima sexta-feira, para Washington (EUA), para a 2ª Reunião Ministerial do Fórum de Energia Brasil-Estados Unidos (USBEF). Sua participação no evento, uma iniciativa do ministério com o Departamento de Energia (DOE, na sigla em inglês), lançada em 2019, seria segunda-feira, 16.

O clima de consternação que tomou os auxiliares diretos de Albuquerque é atribuído pela impossibilidade de atender às expectativas do presidente da República em relação ao controle de preços dos combustíveis e dos dividendos da Petrobras.

O ministro costuma preparar carta de agradecimento, em tom cordial, a cada substituição de pessoas nos cargos mais altos no ministério, nas empresas e agências reguladoras vinculadas à Pasta. No seu caso, não teve tempo ainda para fazer o mesmo.

Por Rafael Bitencourt