Usina de Baixo Iguaçu, da Copel e Neoenergia, inicia operação
Foram R$ 2,2 bilhões de investimentos. Capacidade instalada de 350 megawatts
24/05/2019

Valor -23.05.2019 - O sistema elétrico nacional passa a contar a partir desta quinta-feira (23) com a Usina Hidrelétrica de Baixo Iguaçu, no município de Capanema, região Oeste do Paraná. O empreendimento recebeu R$ 2,2 bilhões de investimentos e tem capacidade instalada de gerar 350 megawatts, suficiente para atender uma cidade com até 1 milhão de habitantes.

O presidente Jair Bolsonaro e o governador paranaense Ratinho Junior eram aguardados para a solenidade de inauguração da usina, porém, em razão de fortes chuvas que atingem a região, cancelaram a presença no evento.

A Usina Hidrelétrica de Baixo Iguaçu está sob o comando de um consórcio que é formado pela empresa Neoenergia, com 70% de participação, e pela Companhia Paranaense de Energia (Copel), com 30%.

“Esta usina demonstra que podemos conciliar desenvolvimento econômico com responsabilidade socioambiental. Toda produção gerada irá contribuir para o fortalecimento do sistema elétrico brasileiro. Além disso, fomentamos a geração de emprego e renda para toda região”, destacou o presidente da Copel, Daniel Pimentel Slavieiro.

Indenizações - Com 516 metros de extensão da barragem, a construção da usina alagou 13,5 km² de terras e atingiu diretamente ao menos cinco municípios. Presente à inauguração, o prefeito de Capitão Leônidas Marques, Claudiomiro Quadri, chamou atenção para a situação das famílias atingidas pela usina que até então não foram indenizadas. 

“Estamos indignados por conta da falta de resolução do problema das famílias atingidas pelo alagamento da usina. Ao menos 60 famílias ainda lutam para serem indenizadas. Reconhecemos o progresso que a usina traz, mas a situação dessas famílias precisa ser analisada com urgência”, reclamou o prefeito. Integram os municípios atingidos Planalto, Realeza e Nova Prata do Iguaçu.

Questionado sobre a reclamação do prefeito, o presidente da Copel contestou a informação. “Na verdade, são 14 famílias que entraram com ações judiciais por discordarem dos valores de indenização propostos. Esse é um assunto que tratamos de forma criteriosa. Há algumas outras famílias que querem ser incluídas, mas não foram. Esta demanda será devidamente analisada pela Aneel [Agência Nacional de Energia elétrica], que é o órgão regulador. A orientação da Copel é tratar o caso de forma correta e isenta”, afirmou o representante da estatal.

De acordo com a assessoria da usina, as áreas do reservatório abrangeram parcial ou integralmente 345 propriedades rurais situadas às margens do Rio Iguaçu. “Como medida compensatória, os proprietários foram inseridos no programa fundiário do Consórcio Empreendedor Baixo Iguaçu. Além do processo legal de indenização, o empreendimento promoveu o reassentamento de 128 famílias da região.”

As demais foram contempladas por meio de reassentamento rural. Os novos proprietários, de maneira independente, passaram a contribuir mais efetivamente para o desenvolvimento local e de sua própria família. Os reassentados contam com casas de 70m², eletrificação, abastecimento de água, acesso e barracão de 96m². O programa estabelece ainda assistência técnica, social e ambiental.

Por Bruno Soares