Brasil fica em 6º lugar em ranking de segurança energética, mesmo com crise hídrica
Relatório mostrou que o país ocupa o 26º lugar no índice que analisa segurança, equidade energética e sustentabilidade ambiental dentre 101 nações
15/02/2022

Valor Econômico - 15.02.2022 - Um relatório feito pela consultoria Oliver Wyman e pelo Conselho Mundial de Energia (WEC, na sigla em inglês) denominado World Energy Trilemma Index mostrou que o Brasil ocupa o 6º lugar no ranking mundial de segurança e equidade energética e sustentabilidade ambiental dentre 101 nações da América Latina e Caribe, América do Norte, Europa, Ásia e África. No topo da lista estão Suécia, Suíça e Dinamarca, nas três primeiras posições, respectivamente.

Apesar de o Brasil ter passado por uma das piores crises hídricas dos últimos 91 anos e quase viver um contexto de racionamento, no item “segurança energética” o Brasil está entre os dez primeiros da lista, na sexta posição. O país é o único fora da Europa e não membro da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) a ficar entre os dez primeiros do ranking

O índice avalia a dependência dos países das importações de energia, a diversidade de recursos locais para geração de energia e o armazenamento de energia. O documento destaca que o Brasil tem um sistema energético diversificado com uma rede substancialmente descarbonizada com a geração de energia por meio de usinas hidrelétricas. Entretanto, os frequentes períodos de secas são os riscos para o sistema energético do país em épocas críticas de estiagens, como o que aconteceu em 2021.

Sustentabilidade - No item “sustentabilidade ambiental”, o Brasil ocupa também a sexta posição entre os dez países mais bem colocados por conta de uma matriz diversificada, fontes renováveis como eólicas, solares e outras formas de geração de energia de baixa emissão de carbono.

“A redução da intensidade energética pode ajudar os países ainda a descarbonizar sua matriz energética. No entanto, garantir uma descarbonização inclusiva que não deixe comunidades para trás será essencial para humanizar a transição energética”, destaca a pesquisa.

Equidade - O Brasil vai mal no item “equidade energética”, que mede a capacidade de fornecer acesso universal e energia confiável para uso doméstico e comercial e inclui países produtores com baixos custos de energia para os consumidores — ficando, assim, fora do ranking da categoria, que mostra apenas os dez melhores.

Qatar, Kuwait e Emirados Árabes Unidos encabeçam a lista dos dez melhores desempenhos para a dimensão; todas são nações pequenas e ricas com alto PIB e baixos preços de energia por meio de subsídios e/ou recursos energéticos significativos de fácil extração.

América Latina - Em relação à América Latina, o Uruguai é o país mais bem colocado na classificação geral, que considera os três indicadores, ocupando o 13º lugar. A implantação de energias renováveis continua a acompanhar o aumento da demanda de energia à medida que a demanda de petróleo e gás diminuiu na região.

Entretanto, para alguns países, a dependência das exportações de petróleo continua a ser uma questão importante. As pontuações de equidade energética melhoraram em toda a região, principalmente por meio de subsídios, mas a falta de estruturas regulatórias abrangentes, incerteza econômica e estabilidade política continuam a dificultar a transição energética equilibrada.

O trilema energético é uma ferramenta criada pelo WEC para avaliar a capacidade de um país em promover a energia sustentável por meio das três dimensões.

Por Robson Rodrigues