Solar se torna a terceira maior fonte da matriz elétrica
Fonte fotovoltaica atinge 16,4 GW em pequenos projetos de geração própria e em usinas de grande porte no país
20/07/2022

Valor Econômico - A energia solar no Brasil ultrapassou a potência instalada das termelétricas de gás natural e de biomassa, assumindo o posto de terceira maior fonte da matriz elétrica, atrás apenas das hidrelétricas e eólicas, segundo levantamento feito pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Ao todo, são 16,4 gigawatts (GW) de energia solar em grandes usinas e em pequenos projetos de geração própria, ante os 16,3 GW do gás natural e os 16,3 GW da biomassa. As hidrelétricas ocupam a primeira posição, com mais de 109 GW de capacidade, e as eólicas em segundo lugar, com 21,9 GW de potência.

O mapeamento considera tanto as grandes usinas quanto os pequenos projetos de geração própria. De acordo com a Absolar, desde 2012 a fonte trouxe ao Brasil mais de R$ 86,2 bilhões em novos investimentos, R$ 22,8 bilhões em arrecadação aos cofres públicos e gerou mais de 479,8 mil empregos acumulados.

Para o diretor da entidade, Carlos Dornellas, o avanço da energia solar no Brasil, via grandes usinas e pela geração própria em residências, pequenos negócios, propriedades rurais e prédios públicos, é fundamental para o desenvolvimento social, econômico e ambiental do país.

“As usinas solares de grande porte geram eletricidade a preços até dez vezes menores do que as termelétricas fósseis emergenciais ou a energia elétrica importada de países vizinhos, duas das principais responsáveis pelo aumento tarifário sobre os consumidores”, diz Dornellas.

Uma usina fotovoltaica de grande porte fica operacional em menos de 18 meses, desde o leilão até o início da geração de energia elétrica. Por outro lado, a fonte é intermitente e não gera energia durante a noite.

A expansão da fonte se explica, em partes, porque o setor prevê uma “corrida pelo sol” este ano para garantir a gratuidade da cobrança da tarifa de uso da rede das distribuidoras, a chamada Tusd, até 2045, já que os empreendimentos que pedirem conexão à rede elétrica até 12 meses depois da sanção do marco legal da geração própria vão ficar isentos da cobrança por 23 anos.

Todavia, o que pode limitar o crescimento é a alta dos custos, já que a fonte solar tem cada vez ficado menos competitiva pelo preço do frete internacional, alta demanda global e dependência da China para produção das placas.

Por Robson Rodrigues